sexta-feira, julho 07, 2006

truca truca, truca truca, pi pi!

isto anda mais parado do que a ponte salazar - desculpem o lapso - do que a ponte vinte e cinco de abril em hora de ponta. andámos todos de pestana meio fechada com as jogadas do Pauleta - e desculpem o lapso, novamente - com as trapalhadas do Pauleta. olhos de carneiro mal morto apontados à televisão, interrompidos no seu meio descanso por um esbracejar de braços (esbracejar a cair para o espernear) , de cada vez que a bola não chega perto da linha de golo ou não faz tenções de. ou de cada vez que chega ou faz tenções de - isto muito esporádicamente. repare-se, que nem coloco a hipótese de a bola transpor a linha de golo já que não passa disso mesmo, de uma mera e remota hipótese. o primeiro esbracejar são vários insultos gestuais combinados entre si que, trocado por palavras, são uma rajada de carvalhadas que nem lembra ao menino jesus. o segundo esbracejar é um incentivo ao jogador que está na posse da bola ou que luta pela posse da pela mesma; aqui o palavreado é mais reduzido e com menos combinações. o ponto final da frase é, muito geralmente, uma carvalhadazinha (exemplos: chuta fodasse; passa a bola ó cáralho). é o sal da expressão, como diria o padreca dos peixes. isto falando dos que esbracejam, porque há aqueles que se entretêm a mexer na pila; outros a direccionar à boca, sôfrega de bebida, o gargalo da santa garrafinha bebido em rápidos goles; e ainda outros, a levar as mãos à cabeça como no quadro em que maria madalena, perante o espetáculo da crucificação de jesus, tem as mãos na cabeça como se fizesse um auto-crush, visto de trás, segundo a disposição da personagem no quadro. um crush à crush da luta livre americana. desculpem não ser mais explícito, mas as palavras certas que espelhem aquelas mãos nem à força do chicote seguem a minha vontade. desisto. à minha direita um milheiral verdinho com as maçarocas quase a rebentar e, para meu espanto, sem espantalho. desisto. deito o chicote fora, desço do coche e sigo a pé. vou fazer de espantalho que não se faz mais nada, tirando o habitual.

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